“Assim como portos podem sentir os reflexos do aumento do nível do mar, estádios de futebol podem ser impactados por enchentes, por exemplo, criando situações complexas para o esporte, atletas, patrocinadores, fãs etc.”, destaca Álvaro Trilho, diretor da área de Risk & Analitycs da WTW. “Ao analisarmos isso em uma ótica futura, já identificamos que os impactos climáticos estão mais perto do que imaginamos, inclusive no Brasil”, completa.
Um levantamento realizado pela WTW, uma das maiores corretoras de gestão de risco do mundo, analisou os impactos das mudanças climáticas em cinco estádios brasileiros: o Morumbi, em São Paulo; o Beira Rio, em Porto Alegre; o Castelão, em Fortaleza; Mineirão, em Belo Horizonte; e o Maracanã, no Rio de Janeiro.
A simulação foi feita levando em conta três cenários possíveis: um mais positivo, onde o mundo consegue cumprir o Acordo de Paris; um onde nada é feito; e um mais negativo, onde extrapolamos qualquer efeito positivo. A simulação também mostra os cenários de 2030, 2050 e 2100.
Em todos eles, o futebol brasileiro sentiria os reflexos das mudanças climáticas, principalmente aumento na temperatura e nas precipitações. O estádio do Morumbi é o mais vulnerável para inundações, enquanto o Castelão é mais suscetível a ondas de calor.
Essa realidade não é exclusividade dos estádios de futebol brasileiro. A WTW também realizou simulações para o tênis, tendo como foco o estádio de Wimbledon, em Londres.
Pela simulação, o palco das maiores partidas de tênis do mundo sofreria com extremos, com fortes períodos de seca e altas na precipitação, que podem impactar de forma marcante as partidas.
“É importante que o mundo e as pessoas, como um todo, se unam para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, a redução da temperatura no planeta”, comenta Trilho. “Mas o esporte não pode ficar parado e precisa se preparar para mitigar os possíveis impactos climáticos, adotando ações para reduzir esses reflexos, como dutos de escoamento para grandes vazões de água, esguichos de água para diminuir as secas, estruturas reforçadas para eventuais tempestades de areio ou vendavais, dentre outras”, reforça.
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