Yeltsin Jacques, o atleta que fez história nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021 ao conquistar a 100ª medalha de ouro do Brasil em Paralimpíadas, foi o entrevistado especial de um grupo de alunos do 6º ano que está preparando um projeto para as aulas PICS - Projetos Integrados dos Conhecimentos e Saberes – que tem a Acessibilidade como tema.
Como parte do projeto, os alunos utilizam pesquisas e entrevistas para buscar soluções viáveis para a problemática apresentada em aula. “Esta metodologia busca envolver os estudantes com o problema apresentado pela pergunta motriz. Ela encoraja o aluno a participar de todo o processo, desde o planejamento, a pesquisa, investigação e a aplicação de conhecimentos para chegarem à resolução do problema”, explica Elaine Conceição Marquezini, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental Anos Finais.
Fãs do atleta, os alunos conversaram com ele para entender todas as dificuldades que ele enfrentou durante sua vida e de que maneira conseguiu superá-las para se tornar um campeão olímpico. “O apoio e a empatia das pessoas são fundamentais para a superação de barreiras causadas por algum tipo de deficiência. Desde que comecei a correr recebi o apoio importante da escola onde eu estudava, que fez questão de me incentivar e me ajudar a transpor os obstáculos iniciais”, contou Yeltsin.
Para ajudar os alunos na busca de soluções, Yeltsin contou suas experiências em acessibilidade pelo mundo. “O Brasil ainda é um país novo e, infelizmente, estamos longe do padrão europeu de acessibilidade. Em muitas cidades da Europa, o deficiente visual encontra calçadas largas, com as pistas táteis planejadas e desobstruídas. Isso ainda é raro aqui no país e, infelizmente, muitas vezes, alguns comércios prejudicam o fluxo colocando mesas e cadeiras nessas pistas. Ter essa consciência do espaço do outro é uma questão cultural que ainda não temos e que é primordial para a mobilidade e autonomia das pessoas com algum tipo de deficiência”, disse o atleta.
Yeltsin Jacques disse que a tecnologia, hoje, é uma aliada dos deficientes visuais, que conseguem que um smartphone faça uma leitura, por exemplo. Para ajudar o grupo a criar soluções, o atleta também citou algumas dificuldades enfrentadas por cadeirantes, como o difícil acesso aos ônibus, banheiros e calçadas.
Finalizando a entrevista, o atleta voltou a afirmar que, além de políticas públicas para ajudar a locomoção de pessoas com diferentes deficiências físicas, é preciso que o ser humano faça sua parte se colocando no lugar do próximo. Aplaudido pelos alunos, Yeltsin parabenizou o colégio por incentivar esse tipo de projeto, ensinando os jovens a buscarem respostas e soluções viáveis para questões que afetam o mundo inteiro.
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