segunda-feira, 12 de abril de 2021

Curso on-line aborda a história do futebol feminino no Brasil

Curso on-line realizado pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, de 22 de abril a 6 de maio, aborda a história do futebol feminino no Brasil. 

É proibido proibir: as histórias em torno dos 80 anos do decreto-lei que impediu o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil apresenta a história social das brasileiras que protagonizaram o futebol feminino nos anos que antecederam a regulamentação das práticas esportivas no País e a proibição de algumas modalidades para mulheres (1913-1941). Locais como os das festas esportivas, dos picadeiros circenses e dos campos suburbanos do Rio de Janeiro mostraram-se ricos na manifestação do fenômeno "football feminino".

Confira o programa do curso:

22/4 - Iniciação do futebol feminino pelas frestas: das festas esportivas às exibições circenses.

Um detalhado percurso histórico a partir dos vestígios que as brasileiras e estrangeiras vivenciaram para experimentar a novidade do "football" ainda nas duas primeiras décadas do século XX, fase áurea da popularização masculina deste esporte. As ofertas de iniciação às práticas atléticas para as filhas das elites nacionais, bem como as redes de sociabilidade das programações esportivas. Os clubes, as cidades, os episódios e as alternativas encontradas pelas brasileiras para fazer parte do jogo são parte das discussões desejadas.

Sob as lonas e os picadeiros dos circos, um dos atrativos de entretenimento da cultura popular mais importantes das capitais brasileiras e das cidades interioranas do país no século passado, forjou-se uma brecha para a exibição de mulheres jogando bola. Quem foram seus iniciadores e iniciadoras? Qual a relevância da inclusão do esporte como atração artística na época? Outras modalidades esportivas foram igualmente iniciadas nos circos? Quais as transgressões sociais representadas pelo corpo da mulher artista?

Com Aira Bonfim

29/4 - O decreto estadonovista como ponto de chegada: as jogadoras suburbanas vão aos estádios.

Oriundas de bairros cariocas como Cascadura, Piedade, Engenho Novo, Realengo e Valqueire, jogadoras de futebol dos subúrbios ocuparam de forma crescente as notícias dos periódicos esportivos de 1940. Com direito a divulgação de suas escalações, fotos e entrevistas, elas almejaram um lugar dentro do campo esportivo e vislumbraram as mesmas ascensões sociais vividas pelos jogadores homens.

A cronologia proibitiva: o debate público em disputa na imprensa esportiva, a desmoralização do futebol praticado por mulheres; os "vícios" e "estigmas" do associativismo feminino esportivo empenhado no Rio de Janeiro; a prisão de Cartola e a formalização em abril de 1941, em pleno Estado Novo, da medida proibitiva é anunciada pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) já nos estertores da Ditadura Militar.

Com Aira Bonfim

6/5 - É proibido jogar oficialmente! As estratégias de despiste e sobrevivência do futebol feminino até regulamentação de 1983

As brasileiras nunca pararam de jogar futebol durante as décadas seguintes a 1941. Sem clubes, estádios oficiais, calendário de campeonatos e formação de base, a criminalização à prática do futebol estendeu-se às brasileiras até a revogação oficial da lei, em 1979, e na prática, até a regulamentação de 1983. Quais foram as formas de manutenção e transgressão dos limites impostos à experiência do futebol? Onde e como jogar? Os desafios historiográficos de uma cobertura esportiva ausente.

Ao descortinar um panorama do envolvimento de diferentes grupos sociais de mulheres que aderiram à prática do futebol no Brasil, em diversos momentos históricos, desempenhando distintos papéis, como a história social das brasileiras contribui com a reflexão sobre a acessibilidade e desenvolvimento do futebol não hegemônico nos dias de hoje? O futebol é permitido para quem? Onde se resiste e transgride o futebol em pleno 2021?

Com Aira Bonfim e Bernardo Gonzales

Palestrantes:

Aira Bonfim é mestre em História, Políticas e Bens Culturais pela FGV-RJ. Especialista em Estudos Brasileiros pela FESPSP e Linguagens das Artes pelo Centro Universitário Maria Antônia – USP. Co-curadora da exposição temporária Contra-Ataque! As Mulheres do Futebol.

Bernardo Gonzales é transmasculino, professor e militante de causas sociopolíticas, em especial as que se referem às pessoas LGBTQIA+. Colunista do portal Ludopédio e jogador de futebol amador, atuou na coordenação e no elenco do 1º time de futebol de homens transexuais do Brasil, os Meninos Bons de Bola.

É proibido proibir: as histórias em torno dos 80 anos do decreto-lei que impediu o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.

De 22/4 a 6/5, quintas, das 16h às 17h30

R$55,00 / R$27,50 / R$16,50.

Inscrições: sescsp.org.br/cpf

 

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