Segundo a edição mais recente do Anuário da Educação Básica Brasileira, 25,7% das escolas públicas de ensino médio e 62,8% das instituições de ensino fundamental não têm sequer uma quadra para a prática de esportes. A estrutura precária contraria a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), que sugere um mínimo de 60 minutos de atividades físicas diárias para crianças e adolescentes e estima em US$ 54 bilhões (R$ 293,7 bilhões) o custo global em assistência médica direta relacionada à obesidade. Pensando em fomentar e apoiar o esporte no país, a JET, empresa que oferta soluções de e-commerce, fechou uma parceria com o projeto Acender, plataforma de captação de recursos para atletas.
A ideia central consiste na criação de um crowdfunding em que as doações feitas pela população serão destinadas a atletas de diferentes níveis, suprindo as necessidades dos três principais pilares para a profissionalização: financeiro, individual (cuidados com a saúde física e mental) e esportivo (materiais e melhores centros de treinamento). Os recursos captados serão entregues tanto em dinheiro quanto em materiais e cobertura de custos. Além da Jet, o projeto tem o apoio e incentivo de grandes atletas, como o judoca medalhista olímpico Rafael “Baby” Silva e as empresas Braspag, Cielo e Inpyx.
O principal diferencial da iniciativa é a democratização - as cotas mais baratas custam R$ 50,00 mensais. Como o projeto acabou de ser lançado, ainda não há valores captados, mas as perspectivas para o crowdfunding são positivas. “A sociedade precisa se unir para apoiar os atletas brasileiros, que ainda sofrem muito com a falta de incentivo. É um prazer enorme para nós, da JET, poder fazer parte do projeto Acender e saber que estamos colaborando e viabilizando a participação de outras pessoas. Utilizamos a nossa expertise em tecnologia para e-commerce para garantir um ambiente virtual agradável, seguro e capaz de ajudar em uma causa tão relevante”, afirma Gustavo Chapchap, CMO da JET.
O idealizador do projeto é Rodrigo Sassi, empreendedor digital e atleta, que tornou-se vice-campeão sul-americano de jiu-jitsu aos 16 anos. Ao longo de sua trajetória, encontrou muitos esportistas que não conseguiram se manter no esporte por falta de recursos. “Isso sempre me incomodou muito, principalmente quando encontrava atletas excepcionais, futuros grandes campeões, abandonando o esporte por não ter condições financeiras e de infraestrutura para seguir na modalidade. E o esporte nacional perde muito com isso”, afirma Rodrigo.
“O projeto Acender está sendo idealizado para propagar a chama do movimento olímpico ao maior número de pessoas possível, e esse objetivo se mistura com minha vida no esporte. Ser um atleta olímpico é inspirar e contagiar pessoas com os valores do esporte e transformar sonhos e planos em realidade”, explica Baby.
Victoria Marchesini é uma das esportistas beneficiadas pelo projeto. Atleta de pentatlo moderno, ela vive em Campinas. “O projeto Acender tem iluminado minha estrada. Faço essa brincadeira com o nome da iniciativa, mas é verdade. Antes não conseguia me manter no esporte, e com o apoio eu consigo. Quero representar minha cidade, até porque sou a única que pratica essa categoria em Campinas”, diz.
Outro beneficiado foi Dejanilson Moura, mais conhecido como Deja Moura, lutador de MMA. Aos 17 anos, foi campeão brasileiro de Muay Thai e aos 20 anos competiu no Pan-Americano da modalidade. Também cursa educação física e pretende seguir esse caminho no futuro. “O projeto terá muito impacto futuro, pois vai incentivar e ajudar muitos atletas brasileiros. Um esportista sem patrocínio tem muitas dificuldades e, além da ajuda financeira, o Acender ajuda a divulgar nosso nome no mundo do esporte”, comenta o lutador.
O site foi ao ar em 11/11. Em vez de criar centros de treinamento próprios, o objetivo é apoiar diversos centros de treinamento já existentes, com objetivo de alcançar mais pessoas.
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