O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou nesta quinta-feira, 3, o "Manifesto Paralímpico" para celebrar a data em que é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992.
O ato tem como objetivo sensibilizar e fomentar uma reflexão a respeito dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência no dia a dia, e como transformar a infraestrutura e os serviços em ambientes sustentáveis, seguros e acessíveis.
Com a mensagem central "Nossa deficiência não nos define", o manifesto vai reunir um texto oficial, um vídeo com atletas paralímpicos que será exibido nas redes sociais do CPB, além de um ensaio fotográfico do qual valoriza-se os corpos dos atletas com deficiência.
"Acreditamos no poder transformador do esporte e o CPB é um dos principais agentes nesta luta pela inclusão das pessoas com deficiência na sociedade por meio do esporte. O dia 3 de dezembro é de grande significado para nós, porque promove a reflexão e a mobilização para diversas ações referentes aos direitos das pessoas com deficiência em todo o mundo", afirma Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cinco em Atenas 2004 e Pequim 2008, e presidente do CPB.
A sessão de fotos, já disponível nas redes sociais do CPB, foi produzida pela fotógrafa do Comitê Paralímpico Brasileiro, Alessandra Cabral, e contou com a participação dos atletas da natação Andrey Garbe (classe S9), Dayanne da Silva (S6), Gabriel Cristiano (S8), Maiara Barreto (S3), Roberto Alcalde (S6), do atletismo Daniel Mendes (T11), Verônica Hipolito (T38), Washington Assis (T47) e Raissa Rocha (F56), além da mesa-tenista Jennyfer Parinos (9).
"Eu amei participar das fotos. Foi uma experiência semelhante à campanha Movimento Paralímpico, que participei ano passado, com enaltecimento do nosso corpo e mostrando que a deficiência é só um detalhe. Essas ações são fundamentais porque despertam na sociedade a questão da igualdade da pessoa com deficiência", destacou a nadadora potiguar Dayane Silva, que tem má-formação nos membros superiores.
Para o capixaba Daniel Mendes, do atletismo, o material fotográfico contribuirá para uma maior percepção da sociedade em relação às pessoas com deficiência.
"Não é comum fazer fotos com esse perfil. Normalmente, a gente faz como atleta competindo ou posando com a medalha. Achei bem diferente expor o corpo assim, mas foi natural. Gosto de mostrar que tenho uma limitação e convivo de forma tranquila com ela. Nunca quis esconder a minha deficiência. Sempre notei que as pessoas ficam chocadas ao ver a minha bengala e perceber que eu não tenho visão. Acredito que o mundo é que tem que se adequar às diferenças", completou Mendes, velocista da classe T11 (para cegos).
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